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terça-feira, 12 de julho de 2011

Alguns Dados do Período Nazista


“Pacientes bebiam dos baldes de despejo das ordenanças ou, quando ninguém via, drenavam água dos baldes de proteção antiaérea no saguão. Alguns chegavam a lamber a água usada para lavar o chão. Eu pesava os homens que faziam parte do teste todo dia e observei que a perda de peso diária era de até um quilo.”
Enfermeiro de Dachau, sobre experimentos de ingestão de água salgada.


“Vi um prisioneiro suportar o vácuo até seus pulmões arrebentarem. Certas experiências provocaram tal pressão na cabeça dos pacientes que eles enlouqueceram, arrancando os cabelos no esforço para aliviar o tormento. Dilaceravam as faces com as unhas, Batiam nas paredes, uivavam no intuito de aliviar a pressão nos tímpanos. Esses casos de vácuo absoluto terminavam geralmente com a morte do paciente.”
Anton Pacholegg, prisioneiro de Dachau, assistente de experimentos na câmara de baixa pressão.


“Trouxeram de volta do laboratório dois gêmeos ciganos, que Mengele havia costurado um ao outro. Ele tinha tentado criar irmãos siameses unindo os vasos sanguíneos e órgãos deles. Os gêmeos gritaram de dor dia e noite até que a gangrena começou. Depois de 3 dias, morreram.”
Eva Mozes-Kor, vítima de experiências de Josef Mengele.


“Após cerca de 10 horas começavam a aparecer queimaduras no corpo todo. Havia feridas onde quer que o vapor desse gás houvesse alcançado. Alguns dos homens ficaram cegos. As dores eram tão fortes que era quase impossível permanecer perto de tais pacientes.”
Testemunha de experimento com inalação e exposição ao gás mostarda no campo de Natzweiler.



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Química: Não existia rival à altura da química alemã antes das guerras. O país inventou a aspirina e a novocaína (anestesia usada por dentistas) e desenvolveu fertilizantes, corantes e microscópios muito mais baratos e eficientes. O setor foi um dos que mais se envolveram com o nazismo – a ponto de o maior conglomerado farmacêutico do mundo na época (e que depois da guerra se dividiria nas empresas Bayer, Hoechst e Basf) instalar uma fábrica dentro do campo de concentração de Auschwitz.

Matemática: Sob o regime de Hitler, o raciocínio matemático abstrato foi associado aos judeus e substituído pela “verdade empírica concreta” e a “intuição nórdica”. Perguntado certa vez sobre quanto a matemática havia sofrido, o alemão David Hilbert, um dos matemáticos mais importantes do século 20, respondeu: “Sofreu? Não sofreu, não. Ela simplesmente deixou de existir”.
Biologia: Entre 1933 e 1938, o financiamento para pesquisas aumentou em 10 vezes. Biólogos trabalhavam com relativa tranqüilidade – apenas 14% deles foram perseguidos. Mas a profunda ligação dos nazistas com a genética faz o ramo ser visto com reservas até hoje na Alemanha. “Uma perseguição completamente irracional à genética ainda existe”, afirma o cientista Benno Muller-Hill.
Física: A Alemanha foi o berço das idéias mais revolucionárias da física teórica: a mecânica quântica e a relatividade. Mesmo assim, esse foi o ramo da ciência mais prejudicado pela ascensão do nazismo: 25% do total de físicos deixou o país – entre eles 6 vencedores de prêmios Nobel.
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Dados de Alguns Campos de Concentração:


1. Auschwitz-Birkenau (abril de 1940 a janeiro de 1945)
Número de mortos - 1,1 milhão a 1,5 milhão.
Experiências - Pesquisas com gêmeos e anões; infecção com bactérias e vírus; eletrochoque; esterilização; remoção de partes de órgãos; ingestão de veneno; criação de feridas para testar novos medicamentos; operações e amputações desnecessárias.


2. Buchenwald (julho de 1937 a abril de 1945)
Número de mortos - 56 mil.
Experiências - Operações e amputações desnecessárias; contaminação com febre amarela, cólera e tuberculose; ingestão de comida envenenada; queimaduras com bombas incendiárias.


3. Ravensbrück (maio de 1939 a abril de 1945)
Número de mortos - Mínimo de 90 mil.
Experiências - Pesquisas fisiológicas, com remoção e transplante de nervos, músculos e ossos; esterilização; fuzilamento com balas envenenadas.


4. Dachau (março de 1933 a abril de 1945)
Número de mortos - Mínimo de 30 mil.
Experiências - Testes de hipotermia com exposição ao frio; câmeras de baixa pressão; infecção com vírus da malária; privação de líquidos com ingestão de água salgada.


5. Sachsenhausen (julho de 1936 a abril de 1945)
Número de mortos - 100 mil.
Experiências - Inalação e ingestão de gás mostarda; infecção forçada pelo vírus da hepatite; fuzilamento com munição envenenada.


6. Natzweiller-Struthof (maio de 1941 a setembro de 1944)
Número de mortos - 25 mil.
Experiências - Utilização de prisioneiros como “viveiros” de bactérias e vírus como os do tifo, varíola, febre amarela, cólera e difteria.
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Atlas Pernkopf: Em 1995, o médico Howard Israel consultou uma versão do atlas anatômico alemão Pernkopf. Quando leu o trecho “feliz conjunção de ilustradores brilhantes e corpos de criminosos executados”, ao lado de suásticas e insígnias da SS, ficou horrorizado e alertou seus colegas de profissão. Desde então, os médicos não sabem o que fazer com o livro, produzido com base na dissecação de corpos de 1 377 prisioneiros. “O Pernkopf Atlas será sempre controverso. Para muitos, é o melhor trabalho de ilustração anatômica já feito na história”, afirma o professor de arte médica David J. Williams.

Cérebros da coleção Vogt: No ano de 1986, um encontro de neuropsicofarmacologia terminou em polêmica. Após a apresentação da pesquisa sobre esquizofrenia do psiquiatra alemão Berhard Bogerts, dois médicos acusaram Bogerts de não saber com certeza se dois dos cérebros que utilizara foram obtidos éticamente. Os cérebros, pertencentes à coleção do Instituto Vogt, em Düsseldorf, na Alemanha, eram de gêmeos que podem ter sido mortos por médicos nazistas. A polêmica colocou toda a coleção de cérebros do instituto sob suspeita.

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