Pages

quarta-feira, 6 de julho de 2011

As Experiências Médicas Nazistas: Parte II

 




Durante a Segunda Guerra Mundial vários médicos alemães realizaram “experiências” desumanas, cruéis, e muitas vezes mortais em milhares de prisioneiros dos campos de concentração. Estas “experiências médicas” imorais, realizadas durante o Terceiro Reich, podem ser divididas em três categorias: 
A primeira categoria consiste em experiências que tinham por finalidade facilitar a sobrevivência dos militares do Eixo. Em Dachau, médicos da força aérea alemã e da Instituição Experimental Alemã da Aviação realizaram experimentos sobre reações à alta altitude, usando câmaras de baixa pressurização, para determinar a altitude máxima da qual as equipes de aeronaves danificadas poderiam saltar de pára-quedas, em segurança. Os cientistas alemães também realizaram experiências de congelamento, utilizando os prisioneiros como cobaias para descobrir um método eficaz de tratamento para a hipotermia. Também os utilizaram para testar vários métodos de transformação da água marinha em água potável.
A segunda categoria de experiências tinha por objetivo desenvolver e testar medicamentos, bem como métodos de tratamento para ferimentos e enfermidades que os militares e a equipe de ocupação alemã encontravam no campo. Nos campos de concentração de Sachsenhausen, Dachau, Natzweiler, Buchenwald e Neuengamme, os cientistas testaram agentes imunizantes e soros para prevenir e tratar doenças contagiosas como a malária, o tifo, a tuberculose, a febre tifóide, a febre amarela e a hepatite infecciosa, inoculando os prisioneiros com tais doenças. O campo de Ravensbrueck foi o local de experiências cruéis com enxertos ósseos, e onde testaram a eficácia de um novo medicamento desenvolvido, a sulfa (sulfanilamida), às custas das vidas dos prisioneiros. Em Natzweiler e Sachsenhausen, os prisioneiros foram sujeitos aos perigosos gases fosgênio e mostarda, com o objetivo de testar possíveis antídotos.
A terceira categoria de experiências “médicas” buscava aprofundar os princípios raciais e ideológicos da visão nazista. As mais infames foram as experiências feitas por Josef Mengele, em Auschwitz, que utilizou gêmeos, crianças e adultos, de forma inumana, e que também coordenou experiências sorológicas em ciganos, tal como fez Werner Fischer, em Sachsenhausen, para determinar como as diferentes "raças" resistiam às diversas doenças contagiosas. As pesquisas desenvolvidas por August Hirt, na Universidade de Strasbourg, tentaram confirmar a pretensa inferioridade racial judaica.
Outras experiências repugnantes tinham por meta facilitar os objetivos raciais nazistas, com uma série de experiências de esterilização, realizadas principalmente em Auschwitz e Ravensbrueck. Lá, os” cientistas” testaram diversos métodos, com o objetivo de desenvolver um procedimento eficaz e barato de esterilização em massa de judeus, ciganos, e outros grupos considerados pelos nazistas como racial ou geneticamente indesejáveis.
Algumas Vítimas:
Uma vítima das experiências médicas nazistas. Foto tirada no campo de concentração de Buchenwald, Alemanha, data indeterminada.
Uma vítima das experiências médicas nazistas. Foto tirada no campo de concentração de Buchenwald, Alemanha, data indeterminada.
Equipe médica executa experiências em um prisioneiro no campo de concentração de Buchenwald. Buchenwald, Alemanha, data indeterminada.
Equipe médica executa experiências em um prisioneiro no campo de concentração de Buchenwald. Buchenwald, Alemanha, data indeterminada.
Vítima de uma experiência "médica" nazista sendo forçada dentro de um recipiente com água quase congelada gelada no campo de concentração de Dachau. O monstruoso "médico" das SS, Sigmund Rascher, supervisiona a experiência. Alemanha, 1942.
Vítima de uma experiência "médica" nazista sendo forçada dentro de um recipiente com água quase congelada gelada no campo de concentração de Dachau. O monstruoso "médico" das SS, Sigmund Rascher, supervisiona a experiência. Alemanha, 1942.
Foto de um prisioneiro durante um "experimento médico", em uma câmara de compressão, para determinar qual a altitude que a tripulação de um avião [nazista]poderia sobreviver sem oxigênio. No momento da foto ele havia perdido a consciência, vindo a falecer em seguida.  Dachau, Alemanha, 1942.
Foto de um prisioneiro durante um "experimento médico", em uma câmara de compressão, para determinar qual a altitude que a tripulação de um avião [nazista]poderia sobreviver sem oxigênio. No momento da foto ele havia perdido a consciência, vindo a falecer em seguida. Dachau, Alemanha, 1942.
Cigano vítima das experiências médicas nazistas para transformar água marinha em água potável. Campo de concentração de Dachau, Alemanha, 1944.
Cigano vítima das experiências médicas nazistas para transformar água marinha em água potável. Campo de concentração de Dachau, Alemanha, 1944.
Cigano vítima das experiências médicas nazistas para transformar água marinha em água potável. Campo de concentração de Dachau, Alemanha, 1944.
Cigano vítima das experiências médicas nazistas para transformar água marinha em água potável. Campo de concentração de Dachau, Alemanha, 1944.
Prisioneiro de guerra soviético, vítima de uma experiência "médica" nazista sobre tuberculose, no campo de concentração de Neuengamme. Alemanha, final de 1944.
Prisioneiro de guerra soviético, vítima de uma experiência "médica" nazista sobre tuberculose, no campo de concentração de Neuengamme. Alemanha, final de 1944.
Foto de uma criança judia forçada a fotografar a cicatriz deixada pelos "médicos" das SS que retiraram seus nódulos linfáticos. Ela foi uma das 20 crianças judias injetadas com germes da tuberculose como parte de uma "experiência médica". Todas foram elas assassinadas no dia 20 de abril de 1945. Campo de concentração de Neuengamme, Alemanha.  Foto tirada entre dezembro de 1944 e fevereiro de 1945.
Foto de uma criança judia forçada a fotografar a cicatriz deixada pelos "médicos" das SS que retiraram seus nódulos linfáticos. Ela foi uma das 20 crianças judias injetadas com germes da tuberculose como parte de uma "experiência médica". Todas foram elas assassinadas no dia 20 de abril de 1945. Campo de concentração de Neuengamme, Alemanha. Foto tirada entre dezembro de 1944 e fevereiro de 1945.
Jacqueline Morgenstern, 7 anos de idade, mais tarde uma vítima de experiências médicas com tuberculose no campo de concentração de Neuengamme. Ela foi assassinada pouco antes da libertação do campo. Paris, França, 1940.
Jacqueline Morgenstern, 7 anos de idade, mais tarde uma vítima de experiências médicas com tuberculose no campo de concentração de Neuengamme. Ela foi assassinada pouco antes da libertação do campo. Paris, França, 1940.
Foto da perna desfigurada de uma sobrevivente de Ravensbrueck usada para a investigação dos crimes de guerra. Helena Hegier (Rafalska) foi sujeita a experiências médicas em 1942. Esta fotografia foi requisitada como evidência para a acusação no Julgamento dos Médicos em Nuremberg. As cicatrizes da desfiguração são resultado das incisões feitas por equipes médicas e que eram propositalmente infectadas com bactérias, sujeira e cacos de vidro.
Foto da perna desfigurada de uma sobrevivente de Ravensbrueck usada para a investigação dos crimes de guerra. Helena Hegier (Rafalska) foi sujeita a experiências médicas em 1942. Esta fotografia foi requisitada como evidência para a acusação no Julgamento dos Médicos em Nuremberg. As cicatrizes da desfiguração são resultado das incisões feitas por equipes médicas e que eram propositalmente infectadas com bactérias, sujeira e cacos de vidro.
A sobrevivente do campo de concentração Jadwiga Dzido mostra a perna com cicatrizes para a Corte de Nuremberg enquanto um médico explica a natureza dos procedimentos infligidos nela no campo de concentração de Ravensbrück em 22 de novembro de 1942. As experiências médicas, incluindo injeções de bactérias altamente potentes, foram realizadas pelos réus Herta Oberheuser e Fritz Ernst Fischer. 20 de dezembro de 1946.
A sobrevivente do campo de concentração Jadwiga Dzido mostra a perna com cicatrizes para a Corte de Nuremberg enquanto um médico explica a natureza dos procedimentos infligidos nela no campo de concentração de Ravensbrück em 22 de novembro de 1942. As experiências médicas, incluindo injeções de bactérias altamente potentes, foram realizadas pelos réus Herta Oberheuser e Fritz Ernst Fischer. 20 de dezembro de 1946.
Crianças, vítimas das experiências "médicas" do monstruoso Dr.Josef Mengele, em Auschwitz-Birkenau. Polônia, 1944.
Crianças, vítimas das experiências "médicas" do monstruoso Dr.Josef Mengele, em Auschwitz-Birkenau. Polônia, 1944.
Eduard, Elisabeth, e Alexander Hornemann. Os meninos, vítimas de experiências médicas com tuberculose no campo de concentração de Neuengamme, foram assassinados pouco tempo antes da liberação. Elisabeth morreu de tifo em Auschwitz. Holanda, pré-guerra.
Eduard, Elisabeth, e Alexander Hornemann. Os meninos, vítimas de experiências médicas com tuberculose no campo de concentração de Neuengamme, foram assassinados pouco tempo antes da liberação. Elisabeth morreu de tifo em Auschwitz. Holanda, pré-guerra.
Soldados soviéticos examinam uma caixa contendo veneno utilizado em experiências "médicas" nazistas. Auschwitz, Polônia.  Foto tirada depois do dia 27 de janeiro de 1945.
Soldados soviéticos examinam uma caixa contendo veneno utilizado em experiências "médicas" nazistas. Auschwitz, Polônia. Foto tirada depois do dia 27 de janeiro de 1945.
Equipe das Nações Unidas vacina uma sobrevivente de 11 anos que foi vítima de experiências médicas no campo de concentração de Auschwitz. Campo de deslocados de guerra de Bergen-Belsen, Alemanha, maio de 1946.
Equipe das Nações Unidas vacina uma sobrevivente de 11 anos que foi vítima de experiências médicas no campo de concentração de Auschwitz. Campo de deslocados de guerra de Bergen-Belsen, Alemanha, maio de 1946.
Quatro polonesas chegando à estação de trem de Nuremberg para servirem como testemunhas de acusação no "Julgamento dos Médicos". Da esquerda para a direita: Jadwiga Dzido, Maria Broel-Plater, Maria Kusmierczuk, e Wladislawa Karolewska. 15 de dezembro de 1946.
Quatro polonesas chegando à estação de trem de Nuremberg para servirem como testemunhas de acusação no "Julgamento dos Médicos". Da esquerda para a direita: Jadwiga Dzido, Maria Broel-Plater, Maria Kusmierczuk, e Wladislawa Karolewska. 15 de dezembro de 1946.
Resultado de uma experiência "médica" efetuada em um prisioneiro do campo de concentração de Buchenwald, Alemanha.  Data indeterminada.
Resultado de uma experiência "médica" efetuada em um prisioneiro do campo de concentração de Buchenwald, Alemanha. Data indeterminada.


Veja a Parte I: http://conteudoagridoce.blogspot.com/2011/07/as-experiencias-medicas-nazistas.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Que Você Achou Desta Postagem?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...